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Agricultores e agricultoras da América Central visitam experiências de convivência com o Semiárido n


De 26 a 30 de junho, a Articulação Semiárido Brasileiro (ASA) recebe um grupo de 30 agricultores, agricultoras e técnicos de três países da América Latina: Guatemala, El Salvador e Honduras. Essa visita integra o projeto “Intercâmbio entre agricultores e agricultoras de zonas áridas e semiáridas do mundo” promovido pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) e a ASA.



A proposta dessa iniciativa é que os agricultores dessas regiões possam trocar conhecimentos e práticas de forma a aprimorar estratégias de convivência com um clima marcado por longos períodos de estiagem, e que exigem uma fina capacidade de resiliência das famílias que têm como modo de vida, a produção de alimentos.

Esta é a segunda etapa dos vários intercâmbios previstos. A primeira aconteceu em abril passado, quando uma comitiva com agricultores e agricultoras de todos os estados da região semiárida do Brasil e representantes técnicos e políticos da ASA conheceram a realidade das pessoas que vivem nas áreas rurais de El Salvador e da Guatemala.


Roteiro – O intercâmbio começou pela Paraíba. Para apresentar a cultura e a agricultura do Estado, no dia 26/06 (terça-feira), o grupo visitou duas famílias agricultoras: a de Maria Ivoneide e Petrônio Nunes, e Pedrina e Salvador Barbosa. As duas famílias desenvolvem múltiplas iniciativas de convivência com o Semiárido como a conservação das sementes crioulas, a produção e o armazenamento de forragens, o beneficiamento e a comercialização dos produtos da agricultura familiar.

Na parte da tarde, por meio de uma instalação pedagógica, os visitantes foram convidados a refletirem sobre a organização territorial do Coletivo das Organizações da Agricultura Familiar do Cariri, a partir da apresentação das suas redes temáticas: produção de alimentos saudáveis, estocagem de forragem animal, tecnologias de armazenamento de água e seu reuso, conservação das sementes crioulas, Fundos Rotativos Solidários e acesso à mercados.


No dia 27/06 (quarta-feira), o grupo seguiu para a região do Polo da Borborema, no Agreste do estado. De forma semelhante, as atividades têm início com visitas à duas famílias agricultoras:os jovens Delfino e Denyse, que a partir da organização do sistema produtivo, vem provando que podem viver e com dignidade, da agricultura. O casal Nina e Givaldo apresentaram seu manejo integrado da água, que permitiu que não faltasse água para família no longo período de estiagem (2012 a 2017) prolongada.

Após passarem pelo Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Esperança, o grupo seguiu para a sede do Polo da Borborema onde se fez um debate sobre o movimento sindical como ator político na construção de um projeto de desenvolvimento para o território. Os visitantes percorreram três instalações pedagógicas, onde puderam aprofundar o debate sobre o movimento de mulheres, o movimento de jovens e a construção social de novos mercados.



Nos dois dias, as atividades terminaram em celebrações juninas, quando os paraibanos puderam mostrar aos seus irmãos latinos, como as famílias agricultoras celebram a colheita do milho no mês de São João.


Já em Pernambuco, nesta quinta (28), a comitiva visitará as comunidades de Feijão I e Feijão II, em Bom Jardim. Em Feijão I, os visitantes serão recebidos pela família de João Ribeiro Filho que mantém um sítio de 5 hectares e trabalha com os Sistemas Agroflorestais (SAFs). João Ribeiro também faz parte da coordenação colegiada da Associação de Agricultores/as Agroecológicos/as de Bom Jardim (Agroflor). No sítio da família há produção de frutas, verduras, além de plantas nativas e criação de pequenos animais. Eles também mantêm um viveiro de mudas e têm cisterna para a captação de água da chuva. A família comercializa na feira agroecológica de Boa Viagem, na zona sul do Recife, e chegou a fornecer alimentos para o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA).


Já na comunidade de Feijão II, quem recebe os centro-americanos é a família de Pedro Custódio da Silva. Pedro é sócio fundador da Agroflor e hoje também faz parte da coordenação colegiada da Associação. Ele integra uma das primeiras famílias que optaram em trabalhar com SAfs, quando o Centro Sabiá chegou para atuar na região. No sítio da família há uma diversidade de frutíferas, raízes, hortaliças, assim como plantas nativas e exóticas. Ele comercializa o excedente da sua produção, in natura, no Espaço Agreocológico das Graças, que fica na zona Norte no Recife . Pedro é um agricultor experimentador e o sítio da família recebe muitos intercâmbios, desde agricultores/as a alunos/as e professores/as universitários/as. Uma cozinha comunitária para beneficiar produtos da agricultura familiar da comunidade e um banco de sementes comunitários foram instalados na propriedade da família, já que a mesma cedeu um espaço para que os empreendimentos fossem construídos para benefício de agricultores/as do local.


Em Cumaru, o sítio a ser visitado é o Pedra Branca. Lá, mora a família de Maria Joelma Pereira numa propriedade de 7 hectares de terra. Essa parte do Agreste é bastante seca, necessitando desenvolver estratégias de captação e acumulação de água para plantio, para os animais e para consumo da casa. A aquisição de uma cisterna de primeira água em 2003, pelo Programa um Milhão de Cisternas da ASA (P1MC), levou Joelma a participar de diversas formações promovidas pelo Centro Sabiá, entidade que executou o programa no município. Para melhorar as condições de produção do sítio, a família optou pelos SAFs .


Hoje, Joelma e sua família tem um sítio de boa produção, cria animais como porcos e gado, comercializa na comunidade e na feira do município. Faz beneficiamento do leite, produzindo queijos. Também beneficia mel de abelha, pois tem em seu sítio criação de abelhas. A família de Joelma também investe na produção de hortaliças e diversos produtos agrícolas tanto para segurança alimentar da família como para comercializar e gerar renda. Mas a família sempre desenvolveu formas de organizar os recursos hídricos, chegou a construir com recursos próprios mais uma cisterna e placa. Hoje já tem uma cisterna- calçadão e sempre que pode experimenta outras tecnologias de captação de acúmulo de água da chuva.




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