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Programa de Cisternas para o Semiárido (P1MC e P1+2) está ameaçado



Passados mais de 15 anos desde o início dos programas Um milhão de Cisternas (P1MC) e Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2) foram construídas mais de 1,1 milhão de cisternas de água de beber, a maior parte, cerca de 55% delas pelo Programa P1MC da Articulação do Semiárido - ASA, e mais de 100 mil infraestruturas hídricas que captam e armazenam água para produção por meio do P1+2.


Mesmo enfrentando um período prolongado de seca que se intensifica desde 2011 em algumas regiões, os camponeses e as camponesas não “arredaram o pé” do campo e com auxílio de políticas públicas como as tecnologias de convivência, crédito e assistência técnica, resistem.


Entretanto, essas mesmas ações que dão autonomia e garantem vida digna para as famílias estão ameaçadas. Há uma estimativa de que a Proposta de Lei Orçamentária Anual (PLOA) do governo federal garanta apenas 20 milhões para implantação dessas tecnologias no ano que vem, o que equivale a um corte de 92% de recursos se comparado ao orçamento de 2017. Estima-se que mais de 350 mil famílias do Semiárido ainda não tenham acesso à água potável para consumo e este orçamento prevê que apenas 1,56% dessa população possa ter a garantia da tecnologia em 2018.


“Esse período que passou, no ano passado tinha uma estiagem muito longa, eu diminui a produção, mas não fiquei sem produzir, mais pra trás o que ia fazer? Na seca era buscando palma pra comer, tentando sobreviver. Onde tem as implementações da ASA é outra realidade. Tem um pessoal hoje mais consciente porque além das tecnologias, tem os cursos de como gerenciar a água. Que bom seria se viesse mais pra abranger todos, porque hoje ainda tem gente que não tem. Na minha comunidade ainda tem gente que precisa de cisterna, tanto de calçadão quanto da de 16 mil litros”, lamenta a agricultora Aparecida da Silva que sabe o quanto ter acesso à água garante que as famílias do Semiárido consigam também ter segurança alimentar e viver com dignidade.


Fome - Sem água para beber e produzir e com os recentes retrocessos nas políticas públicas para a agricultura familiar, as populações do campo estão à mercê de entrarem nas estatísticas apontadas recentemente pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), que afirma que entre os anos de 2015 e 2016, 2,4 milhões de pessoas passaram a sofrer com a subnutrição. Hoje, 815 milhões de pessoas estão subnutridas no mundo, 42,5 milhões delas na América Latina e Caribe. O rastro de fome está aumentando e a América Latina que tinha diminuído a desnutrição em 75% desde 1990, sobretudo com a adoção de políticas de proteção social entre elas, os programas de alimentação escolar e apoio à agricultura familiar, volta a apresentar aumento no número de pessoas miseráveis.



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